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Equações podem prever comportamento humano?: Pioneiro no uso da física na psicologia, Adriel Silva, explica se é possível

O ser humano é altamente complexo, por isso, muitos acham que as exatas não são tão eficazes em áreas, como a psicologia, mas essa união é cada vez mais real, destaca o físico e mestrando em psicologia, Adriel Silva
A ideia de que matemática e física podem ajudar a entender a mente humana ainda causa estranhamento. Afinal, como aplicar equações e modelos exatos a algo tão subjetivo quanto emoções e comportamentos?

Para Adriel Silva, físico e mestrando em psicologia, essa aproximação não apenas faz sentido como já é uma realidade em construção.

“A mente humana não está fora das leis da natureza, se conseguimos usar a matemática para entender buracos negros ou o caos atmosférico, também podemos aplicar esse mesmo olhar à mente humana, que é ainda mais próxima”.

Adriel é um dos pioneiros no Brasil a integrar conceitos da física com a psicologia, explorando como modelos matemáticos podem ser aplicados para entender padrões mentais, distúrbios psíquicos e até comportamentos sociais.

O que pode (e o que não pode) ser previsto?

Apesar do avanço, o pesquisador destaca que não é possível prever com 100% de certeza o comportamento humano.

A proposta não é determinar cada escolha de forma exata, mas identificar padrões, tendências e probabilidades com base em dados e variáveis comportamentais.

“Assim como na física, falamos de sistemas dinâmicos e complexos. A ideia é criar modelos que ajudem a entender e antecipar certos tipos de reações com mais precisão, o que já é um grande avanço para a psicologia”.

“Esse tipo de abordagem é útil, por exemplo, para entender flutuações emocionais, prever crises em quadros ansiosos, ou até auxiliar na personalização de terapias e tratamentos”, explica.

Um novo olhar para a mente humana

A proposta de Adriel Silva é um movimento interdisciplinar que une neurociência, psicologia computacional, estatística e física.

“Não queremos substituir a escuta ou a empatia propriamente humanas, mas ampliar as ferramentas disponíveis para entender a mente com mais clareza e responsabilidade”.

Segundo ele, ainda há muito a ser explorado, mas os primeiros resultados apontam que a união entre as exatas e as ciências humanas traz novas respostas para questões antigas.

“O futuro da psicologia pode ser mais científico sem deixar de ser profundamente humano”, completa Adriel Silva.

Adriel Silva (Adriel Pereira da Silva) é escritor, pesquisador e palestrante, com formação em Física pela Unisinos e MBAs em Gestão de Projetos e Pessoas. Atualmente, cursa Psicologia na Uniftec e um mestrado em Neuropsicologia pela Universidad Europea del Atlántico. É Gestor de Projetos Científicos do AH – Centro de Pesquisa e Análises Heráclito, atuando em projetos como Gifted Debate, Neurogenomic, RG-TEA, entre outros. Trabalha como Senior Technical na SAP Labs Latin America e foi líder de CSR por cinco anos. Membro da Mensa Brasil e do AH, apresenta seminários e participa de grupos de pesquisa. Possui dupla excepcionalidade, sendo superdotado e autista, e é autor de livros que exploram neurodiversidade e desenvolvimento infantil.